TROPICÁLIA
A EXPOSIÇÃO ESTEVE EM CARTAZ NO CCBB - RJ DURANTE OS MESES DE AGOSTO E SETEMBRO DE 2017.
Com coordenaçăo de pesquisa e cocuradoria de Fred Coelho, a exposição Tropicália – Um Disco em Movimento - comemora, a partir do LP “Tropicália ou Panis et Circensis”, os cinquenta anos do movimento musical e cultural ocorrido no Brasil no final dos anos de 1960. A partir de sua capa emblemática e das letras de suas canções, a exposição sintetiza em som, imagens e objetos um olhar sobre uma obra marcada pela cultura pop, pelas referências ao modernismo brasileiro, pela radicalidade política e pela irreverência estética dos produtos de massa nacionais.
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Tropicália – um disco em movimento propõe um mergulho no passado e, simultaneamente, uma reflexão sobre o tempo presente. Apesar de estar sempre associado ao dado da novidade, o Tropicalismo musical já atravessa meio século de existência. Para acompanhar esse período, escolhemos como bússola o disco-manifesto Tropicalia ou Panis et Circensis.
O disco foi pensado, produzido e gravado em São Paulo no primeiro semestre de 1968 pelos principais nomes ligados às renovações sonoras que músicos baianos, paulistas e cariocas estavam promovendo na música popular brasileira. Suas doze faixas apresentam um panorama lírico e ácido do cotidiano de então.
Se as imagens populares do Tropicalismo eram araras, bananas, cores, Carmem Miranda ou Chacrinha, Tropicalia ou Panis et Circensis apresentava outra face do movimento musical. Há em suas letras sóis e punhais, sangue e progresso, desaparecimentos e publicidades, carnavais e igrejas. Sua capa, contracapa e canções atravessam desde o repertório folclórico-popular até os dados mais contemporâneos de um país entre o subdesenvolvimento agrário e a explosão urbana da cultura de massas em seu viés imagético e eletrônico.
Projeto coletivo, de múltiplas vozes, o disco é a consolidação musical do que começa a ser visto como renovador em 1967: novos nomes, novas ideias, novos instrumentos, novos comportamentos. Suas letras criaram mosaicos complexos de informação, produzindo um caleidoscópio de personagens, tramas e cenários que marcaram uma geração.
Se cruzarmos as histórias, "Lindonéia" pode ser uma manchete no "banco de sangue encadernado". "Baby" pode estar sozinha na "sala de Jantar ocupada em nascer e morrer". A Avenida Central em que se mata um amor às cinco horas pode ser a mesma em que se passeia escondido "Enquanto seu lobo não vem". A mãe assassinada pelo filho em "Coração Materno" desdobra suas fibras em "Mamãe Coragem".
A partir das doze canções do disco, é possível articular visualidades, textos e discursos da época e de outros tempos que dialogam com seus temas: as multidões urbanas, os novos objetos eletrônicos de consumo, as imagens violentas da ditadura civil-militar, a América Latina e as crenças populares que persistem em meio à discursos de modernidade.
Um disco que sintetiza o "momento de um movimento", como diria Rogério Duarte, Tropicália ou Panis et Circensis representa o ponto alto de uma época de transformações, revoltas e derrotas. Conhecer suas histórias é conhecer a nós mesmos ontem, hoje e sempre.
BABY HÁ QUANTO TEMPO - FRED COELHO
OUÇA UMA DAS TRILHAS
CURADORIA: Fred Coelho | Isabel Seixas e Diogo Rezende (estúdio M'Baraká)
REALIZAÇÃO: estúdio M'Baraká
DIREÇÃO DE ARTE: Diogo Rezende
DIREÇÃO ADMINISTRATIVA: Larissa Victorio
PESQUISA E TEXTOS: Aicha Barat, Fred Coelho, Isabel Seixas e Letícia Stallone
ARTISTAS: Antonio Dias | Artur Barrio | Augusto de Campos| Bruno Miguel | Claudio Tozzi | Evandro Teixeira | Glauco Rodrigues | Gustavo Malheiros | Hélio Oiticica | João das Alagoas | Mestre Júlio | Rogério Duarte | Rubens Gerchman | Véio (Cícero Alves dos Santos) | Wanda Pimentel
PRODUÇÃO EXECUTIVA: Rita Vilhena
COORDENAÇÃO DE MONTAGEM: Ana Luisa Fonseca
PRODUÇÃO DE ARTE: Caio Costa
PROJETO GRÁFICO: Vitor Lifsitch (estúdio M'Baraká)
EXPOGRAFIA: Diogo Rezende e Lilian Sampaio
PODUÇÃO MUSICAL: Pedro Mibielli
MIXAGEM: Gustavo Krebs
PROJETO DE ILUMINAÇÃO: Samuel Betts
DESIGNERS: Mariana Solis | Vitor Lifsitch
ILUMINAÇÃO: BeLigth
ÁUDIO VISUAL: LInha D Montagem
MONTAGEM CENOGRAFIA: 4One Cenografia
MONTAGEM OBRAS DE ARTE: Silvio De Camillis Borges | Marianne Giuliano | Robson Affini de Moraes | João Rivera | Hioran Barcala | Yoann Charles Yves Saura
MUSEOLOGIA: Eurípedes Gomes da Cruz Junior - Rj | Karina Muniz Viana - SP
IMPRESSÕES E REPRODUÇÕES DIGITAIS: Barracão de Imagens | Ginga Design
ASSESSORIA DE IMPRESSA: Monica Ramalho (Belmira Comunicação)
TRADUÇÃO: Maria Luiza Rezende
REVISÃO DE TEXTOS: BR75 texto | design | produção
ASSESSORIA JURÍDICA: Ericka Gavinho e Ana Luzia Campos [Gavinho & Campos Advogados Associados]
TRANSPORTE DE OBRAS: Millenium Transporte e Logística
SEGURO DE OBRAS: Affinitè Consultoria e Corretagem de Seguros